Conselho para os que consideram a mudança de sexo

Transcrição do áudio

Pastor John, o que o senhor diria a um jovem, ou uma jovem, que está considerando uma operação de mudança de sexo? Por vários motivos, a opção de transgêneros agrada a eles. Então, o que o senhor teria a dizer?

É absolutamente correto que eu receba essa pergunta, porque da última vez tentei tratar de coisas fundamentais e acredito que essas coisas fundamentais são absolutamente essenciais para entender quem somos em nossa anatomia e nossos cromossomos e depois em nossa identidade. Então, vamos supor que a pessoa diga: “Ok, Piper, eu já ouvi tudo isso e sempre me senti assim. Eu não me sinto bem em relação a isso. Eu acredito que é errado eu tentar fazer uma operação de mudança de sexo ou qualquer outra coisa nesse sentido. O que devo fazer com esses desejos inacreditavelmente fortes que tenho? E quanto ao fato de me sentir mulher, apesar de ter um corpo masculino ou me sentir como homem, mesmo tendo um corpo feminino? O que eu deveria fazer?”

Ambiguidade de partir o coração

Antes de dar meu conselho, realmente preciso inserir aqui uma realidade da qual não estou falando; ou seja, existem raros casos de nascimentos de bebês com ambos os conjuntos de órgãos genitais. Existe uma ambiguidade real nesse caso, não uma ambiguidade de preferência, mas uma ambiguidade da natureza. Eu não estou falando sobre essa situação trágica. Isso é simplesmente de partir o coração para os pais. É como qualquer outro defeito congênito ou incapacidade, é de partir o coração.

Nesse caso, eis o que eu diria, ou o que faria, se fosse o pai: faria um enorme esforço para discernir genética e cromossomicamente a base biológica mais clara que eu pudesse para a identidade sexual da criança, e então eu criaria a criança nesse caminho, usando todas as cirurgias ou ajuda hormonal disponíveis. Eu não estou falando sobre essa situação neste episódio. Essa é uma ambiguidade anatômica real, dolorosa e natural. Estou falando de pessoas cuja natureza anatômica e cromossômica é clara, seja como homem ou mulher.

Sete Exortações

Então, aqui está o que eu diria como conselho para o que elas podem fazer. Eu acho que tenho sete coisas anotadas aqui.

1. Resolva seguir a Palavra de Deus

Número um: resolva, de uma vez por todas, que você seguirá a Palavra de Deus aonde quer que ela te leve, até o fim de sua vida ou até que Jesus volte. Não deixe nada em aberto. Muitos de nós tropeçamos no pecado porque deixamos as coisas em aberto. Não assumimos compromissos e resoluções firmes e claras. Então, fixe firmemente sua face em seguir a Palavra de Deus. Foi por isso que comecei de onde comecei no último episódio.

2. Reconheça a realidade dos desejos desordenados

Número dois: perceba que esses desejos que você tem – esse sentimento recorrente de se sentir como um gênero diferente do que você é biologicamente – esses desejos, esse sentimento, fazem parte da experiência humana universal do desejo desordenado, como resultado da queda do homem no pecado. E cada um de nós nasce com desejos desordenados que precisam ser subjugados.

Eu estava pensando sobre isso: a variedade de distúrbios em nossos desejos é virtualmente infinita. Ou seja, está além do que a capacidade médica ou psicológica consegue definir. Ninguém é livre de desejos desordenados. E quando digo que não quero minimizar certos distúrbios sexuais, que são realmente intensos, realmente profundos e que se relacionam intimamente com a própria identidade. Eu não quero menosprezá-los como se eles se comparassem a qualquer coisinha com a qual eu lido. Mas quero dizer que eles não são totalmente diferentes daqueles com os quais todos nós lidamos.

Em outras palavras, todos nós precisamos de uma compreensão firme da profundidade e amplitude do pecado e de seu impacto físico e biológico. Para os humanos, tudo começou com Adão e Eva. Foi passado de geração em geração. Ela percorre os membros físicos, diz a Bíblia, e não está sob nosso controle. Essa é a profundidade do pecado. A mente do homem carnal não pode agradar a Deus sem ser conquistada pela graça soberana. Todos nós temos desejos inatos e pecaminosos. E a maioria deles está relacionada, de uma maneira ou de outra, ao nosso corpo. Portanto, não podemos nos desculpar porque temos esses fortes desejos físicos e psicológicos. Por exemplo, noventa por cento dos crimes violentos na América são cometidos por um gênero: homens. Por quê? Bem, em parte porque eles têm dez vezes mais testosterona do que as mulheres. Isso nos serve como desculpa? Não. Não serve. É estatisticamente e fisicamente evidente que noventa por cento de todos os crimes violentos na América são praticados por homens e nós não somos desculpados por essa forte realidade psicofísica que existe em nós, empurrando-nos para cometermos esse tipo de coisa.

3. Confie nas promessas de Deus

Terceiro: Confie nas promessas de Deus, compradas com sangue, para lhe dar a ajuda emocional, pessoal, material e relacional necessária para viver em liberdade – livre para não satisfazer desejos desordenados. Por exemplo, vamos tomar o amor ao dinheiro. Refiro-me ao profundo e disfuncional desejo por dinheiro. Aqui está, em Hebreus 13.5, o que a Bíblia diz sobre como lidar com isso: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes”. Então, esse texto está nos dizendo: Livre-se de uma emoção e tenha outra emoção. É maravilhoso que a Bíblia fale dessa maneira. Livre-se do amor por dinheiro. Seja feliz com o que você tem. “Pois” – aqui está a base – “porque ele tem dito” – Deus disse algo – “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”. Assim, podemos dizer com confiança: “O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?”

Em outras palavras, a presença de Deus e a promessa de Deus fazem uma poderosa diferença emocional ao resistirmos aos desejos desordenados e encontrar satisfação em meio a situações realmente dolorosas e difíceis. E é assim que é para todos nós: confiar nas promessas de Deus para romper o poder dos desejos desordenados e obter satisfação em épocas de sonhos fracassados. Essa é a experiência cristã normal. Alguns têm que lutar contra algumas coisas mais do que outros. Algumas pessoas têm que lutar mais contra algumas coisas do que com outras.

4. Apoie-se no Espírito Santo

Aqui está o número quatro: apoie-se fortemente no Espírito Santo. E pelo poder dele, diga: “Não!” aos desejos desordenados. “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Rm 8.13). Falando especificamente, se você sentir vontade de vestir roupas de um sexo diferente; se começar a surgir o desejo de imitar os maneirismos, assumir as posturas ou fantasiar como o outro sexo, Paulo diz: mortifique isso pelo Espírito. Isso é invocar o Espírito Santo, em nome de Jesus, para ajudá-lo e, em seguida, abraçar a promessa como um prazer superior e, em seguida, escolher a alegria de longo prazo na santidade, sobre o prazer de curto prazo no pecado. Todos nós temos que fazer isso.

5. Apresente seu corpo como instrumento de justiça

Número cinco: há uma contrapartida positiva em mortificar os maus desejos. Ou seja, apresentar os membros – o corpo físico em todas as partes – como instrumentos de justiça. Não basta mortificar as coisas, é necessário apresentar o corpo como instrumento de justiça, como diz em Romanos 6.13. Em outras palavras, há tanto a morte negativa em Romanos 8.13 quanto a positiva em oferecer os membros a Deus, como instrumentos de justiça, conforme Romanos 6:13. É crucial, portanto, agirmos de acordo com quem somos em Cristo.

Mais dois, rapidamente.

6. Busque sabedoria

Número seis: Como jovem, converse com seus pais sobre o que está enfrentando, se houver alguma tentação em relação a essa coisa de transgêneros. E como pai, procure saber, do seu filho, o que ele está sentindo. Busque a sabedoria de cristãos que passaram por coisas semelhantes e que procederam corretamente, e, obtenham o melhor conselho médico possível, de um médico que compartilhe suas convicções bíblicas sobre o desígnio de Deus para homens e mulheres.

7. Olhe adiante, para a glória

E a última coisa que eu diria, número sete: a vida é difícil. Somos todos corrompidos. Olhe para o dia em que essa leve e momentânea tribulação, de oitenta ou noventa anos, terminará, e se seguirá a alegria eterna e a perfeição total.

Por: John Piper. © Desiring God Foundation. Website: desiringGod.org. Traduzido com permissão. Fonte: Counsel for Those Considering Transgender.

Original: Conselho para os que consideram a mudança de sexo.  © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco. Narração: Filipe Castelo Branco e Thiago Guerra.