quinta-feira, 28 de março

Tome a sua cruz

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Só existe uma entrada para o reino de Deus. Há uma porta estreita no início do caminho para a vida. “Porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.14). Ninguém que tenha um ego enfatuado pode forçar passagem por essa porta. Tem de haver auto-anulamento, auto-repúdio e auto-renúncia, para que alguém se torne um discípulo (um aluno) de Cristo.

Nosso Salvador deixou bem clara a sua exigência, ao ordenar explicitamente o negar-se a si mesmo. Depois, Ele enfatizou novamente o seu argumento, utilizando uma ilustração vívida do negar-se a si mesmo — uma ilustração que Ele selaria, em breve, com o seu sangue: “A si mesmo se negue… tome a sua cruz” (Lc 9.23). Seis vezes, nos evangelhos, nosso grande Profeta recomendou aos seus discípulos o tomar a cruz. Essa era uma das ilustrações favoritas de Jesus a respeito do negar-se a si mesmo. Em outras ocasiões, Ele falou sobre vender tudo ou perder a própria vida.

“Cruz” é uma palavra que de início traz à mente o quadro de nosso Senhor no Calvário. Pensamos sobre Ele derramando seu sangue, enquanto pregado em um instrumento destinado a infligir uma morte agonizante. Talvez possamos expandir a idéia de tomar a cruz ao pensarmos sobre Estêvão, que foi apedrejado até à morte, ou sobre Pedro e João, que foram açoitados e presos, ou sobre qualquer outro mártir, através dos séculos. À luz desses sofrimentos físicos corajosos, o crente que desfruta de quietude pode dizer: “Não tenho qualquer cruz para levar”. Talvez esta exigência de Cristo alarme a sua consciência, enquanto você a lê freqüentemente nas Escrituras.

Alguns que chamam a si mesmos de “crentes” nunca tomaram realmente a sua cruz. Ignorando a experiência da auto-execução, da auto- renúncia, eles são necessariamente estranhos para Cristo. O próprio Senhor Jesus tencionava que sua exigência alarmasse profundamente tais pessoas. Se esta é a sua condição, não haverá qualquer alívio para a consciência, exceto por meio do tomar a sua cruz e seguir a Jesus.

No entanto, outros são verdadeiros servos de Cristo, porém, sentem desânimo por entenderem de modo errado a exigência de nosso Senhor. É possível tomar a cruz e não o saber. Uma análise cuidadosa do significado das palavras de nosso Senhor será um encorajamento.

Em qualquer dos casos, este assunto é vital para você. A vida do seu Senhor foi dominada por uma cruz. Ele também o chamou para uma vida que inclui uma cruz. Esta verdade clara do evangelho é facilmente esquecida na débil sociedade ocidental. Com um grande coro de costumes, anúncios e tentações, este mundo está chamando você a uma vida de auto-satisfação. Sua carne é atraída a este apelo e cairá com as sugestões do mundo. Mas o Senhor da glória o tem chamado para uma vida de auto-renúncia, para uma cruz.

A exigência de levar a cruz é universal. É dirigida a todos os que seguem a Cristo, sem exceção. Nosso Senhor proferiu estas palavras “a todos”, não apenas a um grupo seleto que andava mais perto dEle. Marcos 8.34 indica que esta ordem não foi emitida somente para os doze. Foi dita quando Ele chamou “a multidão e juntamente os seus discípulos”. A cruz é exigida de qualquer pessoa que quer vir após Jesus. Não há casos peculiares isentos desta necessidade. Várias vezes, nosso Senhor enfatizou que ninguém poderia ser considerado seu discípulo se não tomasse a cruz — “Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.38). Em Lucas 14.27, nosso Salvador voltou-se a uma multidão que O seguia e insistiu: “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo”. Ser um crente sem negar-se a si mesmo é uma impossibilidade absoluta. Quer você viva em um país cristão, quer viva em uma cultura hostil à Palavra de Deus, você tem de levar a cruz. A única maneira de evitar a cruz é seguir o mundo até ao inferno. Conforme explica Marcos 8.35: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á”. A palavra “pois” indica uma conexão com o versículo anterior. O cristianismo sem auto-renúncia não suportará o juízo.

Este aspecto óbvio do ensino de nosso Senhor tem sido esquecido ou ignorado pelo evangelismo moderno. Ansiosos por trazer pecadores à vida, à paz e à alegria no Senhor, os evangelistas têm falhado em mencionar que Cristo insiste, desde o início, na renúncia do “eu”. Falhando em transmitir esta exigência de nosso Senhor e esquecendo-a eles mesmos, os evangelistas nunca questionam se os seus “convertidos” que têm vidas egocêntricas são verdadeiros seguidores de Cristo. Supondo que é possível a alguém buscar a auto-satisfação e ao mesmo tempo estar certo do céu, aqueles que ensinam a Bíblia procuram um meio de trazer homens egocêntricos a um nível espiritual mais elevado. Por isso, o negar a si mesmo é ensinado como uma exigência para uma segunda obra da graça. Mas o texto de Lucas 9.23,24 nos mostra que, se uma pessoa não tem uma vida de negação de si mesma, não recebeu uma fundamental obra da graça.

Aqueles que guardam textos bíblicos sobre a exigência de uma cruz, para usá-los no ensino de “uma vida mais profunda”, enganam seus ouvintes no que diz respeito a evangelizá-los. Sem a cruz não existe qualquer seguir a Cristo! E, sem seguir a Cristo, não há vida, de maneira alguma! Hoje existe a impressão de que muitas pessoas entram na vida por meio da porta larga de crer em Jesus. Conseqüentemente, poucos buscam a porta estreita da cruz para um serviço espiritual mais profundo. Pelo contrário, o caminho largo, sem o negar a si mesmo, leva à perdição. Todos os que são salvos entraram na fraternidade da cruz. A chamada de Cristo referente à cruz é perpétua. O negar-se a si mesmo não é uma taxa de matrícula, paga uma única vez e, depois, esquecida para sempre. Os crentes mais velhos, assim como os novos convertidos, têm de levar a cruz. A cruz de um crente não é um item descartável da vida cristã, e sim um fardo que temos de levar por toda a vida neste mundo.

A conversa de Jesus, expressa nesta passagem de Lucas, aparentemente aconteceu em Cesáreia de Filipe. Ocorreu próxima ao final do ministério terreno de Jesus. Quase três anos antes, Jesus havia chamado os discípulos. Em Lucas 5, encontramos um relato parcial dessa chamada. Quando os discípulos começaram a seguir o Messias, houve o preço doloroso de uma cruz a ser considerado. Este preço, no caso de Pedro, foi o ter de deixar seu amado pai e um bom negócio de pesca, em uma vila tranqüila. No caso de Mateus, o preço envolveu o deixar para trás a lucrativa agência de cobrança de impostos que ele dirigia. Durante mais de dois anos, houve a dolorosa experiência de pobreza, tumulto e desgraça ao seguirem o Mestre. Agora, quando se aproximavam da conclusão de seu treinamento, nosso Senhor colocou diante deles a expectativa de uma cruz. Quer você tenha andado com Cristo um ano ou quarenta anos, ainda tem de negar a si mesmo.

Podemos observar que a passagem usa a expressão “dia a dia”. Para um verdadeiro crente, a cruz é vitalícia, presente em todos os aspectos de nossa vida, um fardo diário. Existe apenas um lugar onde podemos largar a cruz — o cemitério. Não podemos levar o sofrimento da auto-renúncia à cidade celestial. Mas nosso Senhor não apresentou qualquer esperança de que a cruz cessará de nos afligir nesta vida. A cruz é tomada “dia a dia” e por “qualquer pessoa”. Você tem de perguntar a si mesmo: “Estou levando a cruz hoje?”

Conforme já sugerimos, a cruz é dolorosa. A palavra “cruz” perde todo o significado, se removermos o terrível sofrimento. Nosso Senhor suportou as dores mais cruéis já infligidas a um homem. Temos de reconhecer que a cruz representava dores internas, bem como dores externas. Para o nosso perfeito Senhor, a tortura íntima resultante da cruz foi maior do que a tortura exterior.

Hebreus 12.2 nos ensina que Jesus “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. A ignomínia era muito mais dolorosa à sublime dignidade dEle do que o eram os cravos e o sangue vertendo de seu corpo. Alguns têm falhado em avaliar o que a cruz era para Jesus: a vergonha de ser feito pecado, diante do Pai, e a ignomínia de ser julgado por um Deus justo, diante de seus inimigos. A vergonha de se identificar abertamente com as sujas transgressões dos ímpios, diante dos homens, dos anjos e de Deus, feriu profundamente a alma sensível de nosso Senhor.

O sofrimento íntimo tem de ser o foco do ensino de nosso Senhor, nesta passagem de Lucas 14. Nossa cruz não significa apenas sofrimento físico. Estêvão não foi apedrejado “dia a dia”, mas o Salvador disse que temos de levar a cruz todos os dias. Nem mesmo nos piores tempos, os apóstolos foram aprisionados “dia a dia”. Existe uma cruz para levarmos nos melhores dias, assim como nos piores. Pedro levou a cruz durante a paz civil, bem como em tempos de conflitos. Deixar de entender que o sofrimento íntimo é a pior parte da cruz tem levado alguns crentes a compreenderem erroneamente a exigência de nosso Senhor a respeito de tomar a cruz, todos os dias. Esta compreensão errônea pode levar a alarmes desnecessários e ao desânimo, quando os verdadeiros crentes lêem esta exigência de nosso Senhor. Você pode levar uma cruz invisível para todos, exceto para o seu Pai celestial. Quão freqüentemente um pastor é surpreendido ao aprender sobre a cruz levada pelos membros de sua igreja, que passam por tribulações que ele nunca imaginou. Os sofrimentos mais profundos da cruz não são visíveis publicamente.

Além disso, tomar a cruz é um ato intencional. Em cada passagem que apresenta o Senhor mencionando a cruz para os discípulos, Ele ordena que eles a tomem. O Senhor não impõe a cruz sobre uma pessoa contra a vontade dela. Ele não amarra a cruz nas costas de uma pessoa. Existem grandes aflições para o povo de Deus que lhe são impostas pela providência. Sofrimentos irresistíveis podem ser a mão da disciplina ou da misericórdia aprimoradora. Tais sofrimentos são provações e não cruzes. Uma cruz tem de ser tomada por aquele cujo ego tem de ser negado dolorosamente.

Foi uma submissão voluntária da parte de Cristo que O levou ao Calvário. “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo 10.18). Soldados armados não poderiam prender a Jesus. O Filho de Deus se entregou à custódia deles. Assim também é a cruz diária que os discípulos dEle têm de
levar. É uma escolha consciente de uma alternativa dolorosa, motivada por amor a Cristo. Pode ser precedida por uma luta íntima, semelhante àquela que nosso Senhor experimentou no Getsêmani. Mas é uma escolha voluntária.

Por último, o tomar a cruz é mortal. É letal. A morte na cruz pode ser muito lenta, mas a cruz tem um objetivo — tenciona trazer, de modo cruel, o “eu” à morte. Duas idéias paralelas, nos versículos 23 e 24, nos mostram que nosso Senhor tinha isto em mente. “A si mesmo se negue.” Mortifique a auto-importância, a auto-satisfação, a autodedicação, a autoprosperidade, a autodependência. “Quem perder a vida por minha causa”. É isto mesmo! Morte aos interesses pessoais, porque você serve à honra de Cristo! Inclui a rendição daquelas coisas que os homens chamam de interesses legítimos para a glória de Deus!

Agora, torna-se evidente que a figura de levar a cruz é um aprimoramento da exigência de Jesus acerca da auto-renúncia. Levar a cruz é uma das escolhas conscientes e diárias que o crente faz dentre aquelas que agradarão a Cristo, entristecerão o “eu” e terão como alvo a mortificação própria. Levar a cruz é um ensino para o recruta, não apenas para o soldado amadurecido. É uma exigência para alguém entrar no exército de Deus, não apenas uma chamada para a elite de super-santos que têm uma vida mais profunda. Todavia, o levar a cruz é o segredo para a maturidade profunda em Cristo. Cada etapa do crescimento espiritual exige mais auto-renúncia, mais golpes dolorosos no “eu”, mais ousada determinação de servir ao Senhor Jesus Cristo, com o conseqüente abandono da própria vida do crente.

A sombra da cruz cai sobre todos aqueles aspectos vitais da experiência cristã a respeito dos quais os crentes verdadeiros se encontram desorientados. Se a cruz fosse entendida, muitas queixas que se levantam contra a providência de Deus seriam silenciadas. Muitas sessões de aconselhamento no escritório do pastor seriam interrompidas pela aplicação do significado da cruz. O significado da cruz responde a muitas questões, não de modo superficial, e sim profundo.

Se você tem se esforçado para adorar o Altíssimo, já aprendeu que não há comunhão satisfatória com Ele sem a cruz. Nosso Salvador se levantava antes do amanhecer para ter comunhão com o seu Pai. Visto que Ele não tinha um aquecedor central, não é um exagero imaginar que o Senhor Jesus tremia de frio, enquanto o seu metabolismo ainda se mostrava lento naquelas primeiras horas da manhã. Talvez Ele sentisse a dor do esforço para manter seus olhos abertos, pois Ele era um verdadeiro homem que havia gastado longos dias e noites ensinando os incultos, convencendo os que se opunham a Ele e curando os enfermos. Ele não tinha boas noites de sono antes de suas horas secretas de adoração. Talvez o Senhor Jesus tivesse de ficar em pé, para não cair de sono. Essas lutas provavelmente causaram a simpatia dEle para com seus discípulos no jardim. Quando eles dormiram, em vez de vigiarem em oração, Ele lhes disse cordialmente: “O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Oh! Ele sentiu a fraqueza da carne humana!

Uma cruz confronta o crente que está decidido a levantar cedo para encontrar-se com seu Deus. Começa com o despertador. O “ego” deseja mais uma hora de sono. É razoável permanecer na cama, quando o bebê acordou duas vezes na noite passada. Mas, se o amor de Cristo arde em sua alma, você preferirá causar dores em si mesmo a lançar-se às exigências das atividades do lar ou do escritório e terminar o dia com o triste reconhecimento de que não esteve com o Senhor, em momento algum. Além disso, para levantar cedo, a cada dia, você tem de negar a si mesmo o prazer de encontros sociais que tendem a demorar até altas horas.

E, quando você organizar sua vida de modo a dedicar-se às suas devoções, o “eu” rebelde ainda se intrometerá. Pensamentos sobre os seus afazeres exigem a atenção da sua mente, de modo que a contemplação honesta da glória de Deus é impedida. Milhares de interesses egoístas impedem a ocorrência da verdadeira oração, desde o seu início. Nosso Senhor nos ensinou que a oração começa quando o coração clama: “Santificado seja o teu nome” (Lc 11.2). A verdadeira oração não pode ser proferida enquanto o “eu” não é cruelmente arrancado da alma, como um dente é arrancado da mandíbula. Isto é doloroso e angustiante!

Os pregadores encontram rostos tristes que gostariam de ouvir a recomendação de um bom livro sobre devoções. “Eu quero algo para revigorar meu espírito abatido.” O lugar de reclusão secreta se tornou monótono e pouco gratificante. Freqüentemente, por trás desse pedido há um desejo de encontrar um novo segredo para se aproximar da presença de Deus, um pequeno artifício ou um retorno fácil ao lugar de alegre comunhão com Deus e o Cordeiro. Não há tais livros ou artifícios. Você tem de levar uma cruz! Tenha o “eu” como alvo. Focalize-se em mortificar o “eu”. Negue-se a si mesmo! Rápido! Acorde cedo! Clame com uma nova união de todas as suas energias, tendo o propósito de conhecer ao Senhor. E amanhã? A cruz estará ali novamente. E, se você não escolher infligir sofrimento ao “eu”, cairá outra vez em frieza. Você se retrairá para grande distância do Senhor.

Algumas pobres criaturas têm parado de buscar as alegrias da presença de Deus. Talvez você suponha que Deus não lhe mostrará a sua glória. Pelo contrário, Ele se deleita em tornar-se conhecido. Mas existe uma cruz na entrada do lugar secreto do Altíssimo. Para ficar à sombra do Todo-Poderoso, você precisa trazer o “eu” a uma morte lenta e agonizante.

A longa sombra da cruz o seguirá desde a sua casa até ao seu lugar de serviço para o Senhor. As testemunhas fiéis de Cristo enfrentam dores terríveis. Quando você chega ao trabalho, talvez os seus colegas estejam reunidos em um canto rindo e contando piadas. Você sabe que não ousará unir-se a eles. Aquele assunto de bom humor é impuro. Durante o dia, quando opiniões sérias são discutidas, há uma oportunidade para você apresentar o ponto de vista bíblico sobre o pecado, a justiça ou o propósito da vida. Mas, cada vez que você fala, percebe rejeição para consigo mesmo e seu ponto de vista. Cada testemunho a favor da verdade o torna menos bem-vindo. Você se mostrará ousado em favor da verdade hoje?

Os crentes são sensíveis. Queremos ser aceitos e queridos. É agradável ser uma pessoa favorável e pacífica. Nosso intenso desejo é tornarmo-nos mais íntimos com os companheiros. Alguns crentes grosseiros testemunham com uma atitude de “não me importo com o que os outros pensam de mim”. Isso é ser insensível e não gracioso. Quando a graça de Deus nos desperta em amor pelos homens, o senso de cordialidade é intensificado, e o anelo por gentileza e paz é aumentado. Mas, com tudo isso, é a honra de nosso Senhor que está em jogo. O eterno bem-estar da alma dos homens pesa na balança, com base no entendimento que eles têm da verdade.

O que o crente deve fazer, se ele tem de testemunhar? Ele precisa escolher, de modo consciente, palavras que aprimorem a sua própria sociabilidade e o seu amor por harmonia. O crente tem de apontar propositadamente a espada tanto para si mesmo como para os colegas de trabalho. Não há passos fáceis no testemunhar! Não há métodos indolores, sem constrangimento! Você tem de levar os homens a perceberem que são pecadores imundos que estão sob a ira de Deus e precisam fugir para Cristo, a fim de receberem misericórdia. Isso é ofensivo. Não há qualquer maneira de tornar agradável o nosso testemunho.

Quando uma moça explica o evangelho a sua mãe, pode quase antecipar a recepção indiferente. Em qualquer maneira que ela apresentar a verdade, estará implícito o erro permanente da mãe, ao considerar a mensagem como uma negação de sua religião, suas opiniões, seu estilo de vida, por parte da filha. A mensagem fere o coração da mãe como uma faca. Sim, mas quando a espada da Palavra penetra o coração da mãe, uma filha sensível resolve, ao mesmo tempo, cravar pregos em sua própria carne. O “eu” tem de ser crucificado. Assim, dois corações são quebrantados, não apenas um.

Do mesmo modo que a cruz lança sombras sobre a adoração e o testemunho, as suas sombras também caem sobre o serviço para Deus. Perguntas como: “Você dará aula na Escola Dominical?” tornam-se: “Você renunciará as noites tranqüilas e divertidas que seguem os dias agitados no escritório? Você sacrificará o descanso para estudar com seriedade a Palavra de Deus, a fim de preparar-se para a aula? Você gastará o tempo já escasso para orar em favor de seus alunos?” Cada dever assumido para o bem da igreja impõe restrições em outras áreas.

Uma cruz pode ser vista em todas as áreas da vida cristã. Nosso Senhor não estava falando com hipérbole, quando colocou diante de nós uma cruz diária. Virar as costas para a cruz significa retornar ao caminho largo que conduz à perdição.


Autor: Walter J. Chantry

Walter J. Chantry nasceu em 1938 em Norristown, na Pensilvânia. Foi criado na igreja Presbiteriana e convertido a Cristo na adolescência. Formou-se na Dickinson College em 1960 em História, e recebeu um B.D. do Westminster Theological Seminary, em 1963. Naquele mesmo ano, foi chamado para ser pastor da Grace Baptist Church, em Carlisle, Pensilvânia, onde serviu ao Senhor por 39 anos. Logo após sua aposentadoria, em 2002, Walter foi convidado para ser o editor da revista Banner Of Truth, onde trabalha até hoje.

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Ministério Fiel: Apoiando a Igreja de Deus.

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